Lojas Autónomas:

Infraestruturas Sociotécnicas, Imaginários e Governança de Dados

AutonomouStores é um projeto de investigação financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (ref. 2022.02730.PTDC) com o DOI 10.54499/2022.02730.PTDC

Lojas Autónomas

Lojas Autónomas: Infraestruturas Sociotécnicas, Imaginários e Governança de Dados’é um projecto de investigação, financiado pela FCT (ref. 2022.02730.PTDC), e liderado pela Prof. Ana Viseu (PI). Desenvolvido no ICNOVA, o projecto conta com uma equipamultidisciplinar e procura examinar os imaginários e práticas que estão por trás do surgimento das chamadas ‘lojas autónomas’.

 

As ‘lojas autónomas’ são frequentemente caracterizadas nos media como o futuro das compras: espaços inteligentes, sem caixas ou funcionários e repletos de tecnologia que pode identificar os consumidores e suas ações, economizando tempo e aumentando a conveniência. As referências à autonomia e à automação invocam um conjunto de imaginários relacionados com ideias de inovação e progresso. Apesar de seres ‘autónomos’, estes espaços dependem de vastas infraestruturas que envolvem pessoas, conhecimentos e inúmeras tecnologias (como Internet das Coisas, IA, sensores, algoritmos, visão computacional, aprendizagem automática). Este projecto explora as práticas, imaginários e infraestruturas digitais e materiais destes novos espaços para perceber os mundos que estão a criar.

 

Portugal é um dos líderes neste esforço de construção do futuro. Em 2019, a SENSEI associou-se à SONAE, uma das maiores cadeias de retalho portuguesas, para abrir o ‘Continente Labs’. Um ano depois, o Pingo Doce abriu a sua própria ‘Lab Store’. Desde então, estas empresas têm avançado na área, tanto no país quanto no exterior.

O objetivo central deste projeto é examinar como as lojas autónomas são discursiva e materialmente constituídas, mantidas e usadas. Por outras palavras, procuramos examinar as práticas de worlding (Haraway 2016) destas infraestruturas para perguntar que mundosé que elas produzem, transformam e reificam, e com que implicações. Para fazer isso, recorremos a duas questões de pesquisa complementares:

Este projecto é também um trampolim para uma futura candidatura a financiamento de investigação da UE, com um consórcio internacional, para um estudo mais amplo da constituição e do funcionamento das infra-estruturas digitais, uma questão que é tanto mais importante porque grandes partes das nossas vidas são cada vez mais moldadas e gasto/de/em/com dados.

 

Todas as publicações académicas serão disponibilizadas em acesso aberto, sendo algunsresultados direcionados para públicos não académicos.